terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sei que os sonhos não são tudo

















Sei que os sonhos não são tudo, mas são quase tudo.

Eles compõem a face mais bela e real da vida.

Alguns incognoscíveis, outros tão aparentes, no entanto,

em suas diferenciações estão os doces favos da esperança.



Desconheço sonhador que não seja feliz,

pois ele é quem cria sua própria realidade, até mesmo

sua personalidade toma a forma que imagina.

O sonhador é um realista de verdade.


Para ele o contratempo é uma chance de reflexão,

o abismo é um motivo para aprender a voar,

o fracasso é um degrau para o sucesso,

a tristeza é a oportunidade de ser feliz novamente,

a decepção é um estímulo ao amor;

a vida, um trem de ferro;

a morte, a primeira estação.

Que a alegria presente triunfe sobre o pessimismo

das artes passadas, das decisões erradas, dos sonhos despedaçados

pelo tempo destruidor e remediador de todas as coisas.

O ontem não pode voltar, o amanhã pode esperar,

o agora é a melodia orquestrada... a dança não pode parar!

E o sonhador é o dançarino principal, o protagonista da peça,

o aniversariante da festa.

Onde estão os Shakespeares, Portinaris e Luther Kings desta geração?

Estarão escondidos na rua do medo, da covardia ou da medíocre conformidade?

As cavernas de Adulão estão superlotadas e o mundo está vazio,

perecendo como a rosa arrancada do jardim;

clamando não por um exército de militares, um grupo de revolucionários ou reformistas,

mas por alguns sonhadores adormecidos.

que anestesiados estão pelo veneno do temor.

Embriagados pelo vinho da timidez, da não-graça, das teorias inacabadas...


Basta! Abaixo o pragmatismo teórico e as utopias de bares!

O racionalismo-lógico, as teses elementares!

Os sonhos são mais doces, indubitavelmente mais racionais.

A glória dos sonhos está na fé de seu sonhador;

assim como a coroa do servo, na honra do seu senhor.

Saber sonhar é a arte que não se tornou ciência,

pois jamais se encontrou professor digno de ensiná-la.


Aprecio aquilo que não consigo ver,

compreendo o que não posso entender.

Que a graça está no sonhar livremente e

buscar diariamente as realizações não tão distantes, como:

Tocar as estrelas,

descobrir um tesouro,

perder-me numa ilha deserta,

ser resgatado por um unicórnio voador...

Tudo o que está fora do alcance de minhas mãos,

alcanço facilmente com meu coração.

Nada é impossível para o sonhador!


Ainda que olhares incrédulos exponham o ser excelente

ao Tribunal da desolação,

e sobre ele seja executado o juízo injusto dos homens,

- retirando-lhe todos os seus bens e

privando-lhe de todos os direitos -

jamais poderiam subtrair-lhe a capacidade de sonhar.

O limite do ser humano vai até onde consegue sonhar.

Se ele não sonha se torna cativo de sua própria ignorância.


O homem é o único capaz de tirar sua liberdade.

O que defende o Humanismo Político?

O que prega a doutrina dos loucos?

O que diz as "logias" universais?

São perguntas que congestionam os ares contemporâneos,

cujas respostas incham as mentes de entendimento;

porém, não nutrem o menor dos corações.

São fermento e não farinha,

inteligência e não sabedoria.


Basta, mais uma vez! Abaixo os questionamentos vãos e as filosofias fúteis!

Os ensinamentos pagãos e os farisaísmos inúteis!

Os sonhos são mais edificantes, inegavelmente mais eficazes.


E o meu coração pergunta em murmúrios quse inaudíveis:

"O que relata o diário de um sonhador?"

Contesto ao Tribunal dos desolados que trocaram sua capacidade de sonhar

pela sobrevivência de um sistema econômico:

"Deixem-nos sonhar! Não sejam assassinos daquilo que não podem matar!"

As moedas compram riquezas, opiniões e até sentimentos, não obstante

tentam subornar os sonhadores para que abortem seus sonhos

e se unam à magistratura dos alienados.


Contesto ao Excelentíssimo Senhor juiz "Ganância"

A reintegração de posse aos sonhadores sem-terra.

A Pasárgada de Manuel Bandeira lhes foi tomada,

sitiaram as terras do sem-fim e destruíram Hefzibá;

as armas usadas para coagir as vítimas foram as ideologias devastadoras

dos estadistas anti-sonhos, dos preconizadores e propagadores da não-graça.


Deixem viver os que não aprenderam a sonhar! Para que aprendam.

Deixem sonhar os que não aprenderam a viver! Para que não morram.

Sei que os sonhos não são tudo, mas são quase tudo.

Por isso insisto em falar às pedras do valor que eles possuem.

Confesso que talvez eu realmente não os conheça, contudo

tenho a convicção de que são mais reais que as quatro estações do ano,

e para mim são como o próprio oxigênio.

como alguém já disse: "Quem não sonha, não vive".

Quem respira dele cria a cada dia um novo ânimo

para buscar as realizações não tão distantes, como:

Tocar as estrelas ou um simples instrumento;

descobrir um tesouro ou não mais que um amor sincero;

perder-se numa ilha deserta ou, por um momento, de si mesmo;

ser resgatado por um unicórnio voador ou viajar de avião...

Tudo o que está fora do alcance das mãos ou da própria disposição

(sendo eles fantásticos ou simples desejos),

mas pode ser alcançado com um grão de mostarda,

por aqueles que perseveram e crêem que

nada é impossível para quem sonha!

Que a alegria presente triunfe sobre o pessimismo

das artes passadas, das decisões erradas, dos sonhos despedaçados

pelo tempo destruidor e remediador de todas as coisas.

O ontem não pode voltar, o amanhã pode esperar,

o agora é a melodia orquestrada... Por isso, levantem-se

os Shakespeares, Portinaris e Luther Kings desta geração!

A dança não deve parar!

Versos a uma Estrela

I

Não há uma noite em que eu não sonhe com ela,
Pois insisto em dormir olhando as estrelas;
Não sei por que tanto desejo vê-las,
Se ao meu lado tenho a estrela mais bela:
Suéle, a estrela mais bela!

II
A formosura de uma princesa é sempre peculiar: seus cabelos são como os raios ardentes que tecem a manhã de verão, o brilho de seus olhos alude à beleza do luar, seu sorriso é matéria e moldura de uma obra poética, e suas palavras - "ah, suas palavras...” - são caracteres indeléveis gravados na tábua do coração deste poeta.

III
Contemplo o meu amor a segurar uma rosa... Realmente é a menina mais bela que já conheci, tão bela que não posso distinguir qual dentre elas é a flor.



IV
Suéle, de tantas estrelas, és a mais bela estrela;
De tantas flores, és a mais bela flor;
De tantas cores, a dos teus olhos é a mais viva;
De tantos amores, és o meu único amor.

Saudade


Saudade é uma palavra estranha.
Ao mesmo tempo traz tristeza e uma leve esperança de alegria.
Muitos já padeceram deste mal, outros consagraram-no num sorriso nostálgico.
Saudade! Queria não saber seu significado,
Pena que para tanto jamais poderia ter amado.
Quem ama está condenado a, mais cedo ou mais tarde, morrer de saudade.



Um encontro com a vida real

Na semana passada fomos juntamente com o grupo de canadenses à cidade de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, para passarmos alguns dias de “férias” em uma das casas da JOCUM – a Casa Restauração. A Casa Restauração é um abrigo para ex-meninos de rua, que estão em processo de desintoxicação e evangelização.
É maravilhoso contemplar a graça usada por Deus para nos atrair aos seus propósitos, pois a expectativa do grupo era a de desfrutar de alguns dias de descontração e de desapego à realidade cotidiana; no entanto, nos deparamos com alguém que jamais imaginaríamos encontrar por ali: a vida real.
Nos primeiros dias, além de algumas brincadeiras de unidade, ajudamos na limpeza da casa e desfrutamos de momentos maravilhosos de adoração durante as manhãs. As barreiras impostas pela língua quase que desapareceram diante de tão fortes laços construídos através da convivência; brasileiros, canadenses, africanos e americanos passaram a se compreender mutuamente através de uma linguagem entendida universalmente que, no entanto, é tão pouco falada pelos homens: a linguagem do amor fraternal.
Na quarta-feira fomos à rua Andradas - um local onde crianças de todas as idades, jovens e até mesmo mulheres grávidas dormem ao relento frígido da noite depois de estarem totalmente exaustos de cheirar tíner, fumar e beber – para levar um pouco de amor através de teatros, brincadeiras e música. O impacto foi tão grande que muitos entre nós começaram a chorar, alguns de vergonha por saberem que viviam uma vida maravilhosa e jamais agradeceram a Deus por isso, outros de desespero por saberem que existem milhões de pessoas nesta situação e outros de arrependimento diante de uma amarga questão: O que temos feito para mudar isto?
Na favela “Cafezal” não foi diferente, enquanto um grupo pintava a garagem outro carpia o quintal da Casa Luzeiro, um abrigo para meninas. Depois conhecemos as íngremes subidas da favela e oramos por um local de uso e tráfico de drogas.Além destas experiências fizemos passeios inesquecíveis: Parque Mangabeiras, Praça da Estação, Igreja Batista da Lagoinha e não perdemos ao menos a Feira Hippie.
Somos conhecedores das dores e carências deste mundo, os gemidos clamam por Jesus, não podemos deixar que a religiosidade e o comodismo fechem nossos olhos para esta realidade. Por mais que você sofra existem pessoas que sofrem mais do que você, ajude-as; por mais que você chore existem pessoas que precisam do seu sorriso, sorria para elas; por mais que você reclame de sua vida existem pessoas que dariam tudo para estar em seu lugar, seja grato! E que o nosso testemunho seja como o do apóstolo Paulo: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte”. II Corintios 12:10