terça-feira, 30 de dezembro de 2008
A essência do amor
O que as palavras podem descrever não é amor. Pode ser a expressão de algo tão belo e divino, não sendo a sua essência.Talvez tenha roubado esta definição de algum poeta, no entanto, considero a essência como a semelhança do vento que não podemos ver, mas podemos sentir.
Como um aprendiz de poeta poderia defender a tese de que a poesia é o instrumento apropriado para desvendar os segredos do amor, contudo o “eu” lírico que compõe o meu ser rude é humilde o suficiente para admitir a incapacidade desta arte para tal fim.O poema, como obra poética, constitui-se a forma mais nobre de dizer o que é indizível e declarar o que muitas vezes é introvertido, quase sempre subjetivo e por demais interior; porém, ao deparar-se com o “ser o amor” acaba por declarar: “o amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente...”. O poema esbarra nas antíteses e paradoxos, numa tentativa inútil de descrever a fonte mais pura de toda inspiração.
O amor confunde os sábios e dá sabedoria aos tolos, faz dos obstáculos um desafio e dos sonhos uma realidade quase que inefável, o amor levanta os covardes como valentes guerreiros e os tímidos como ousados príncipes, o amor fala mais alto que as trombetas e mais suave do que a brisa matutina; o amor é uma linguagem entendida em todo o mundo, no entanto, é a menos falada pelos homens.
O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se envaidece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.O amor é aquilo que o amor faz. Só o amor gera atitudes de amor e abnegação.
Diante de conclusões legítimas aos meus olhos, de proposições e verdades belíssimas a qualquer olhar, o que posso fazer é abandonar a pena e o tinteiro, correr para a pessoa mais próxima e demonstrar o quanto a amo; pois o amor em tese é totalmente incognoscível, não obstante, a sua essência e plenitude podem ser conhecidas pelo mais simples camponês. Basta buscá-lo de todo coração.
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